sábado, 26 de maio de 2012

Cadê a tradição que estava aqui?



Vamos, começar mais esse texto com mais uma daquelas técnicas já batidas para se redigir algo, e que ainda é usada incansávelmente por várias redações de muitos jornais respeitados, sendo assim, eu também posso.

Iniciemos pela infância, aaaaaahhh a velha infância, onde foram parar aquelas brincadeiras de outrora? Tá tudo digital, tudo no controle, na verdade até sem controle, a virtualidade toma conta, longe de mim ser contra toda modernidade, mas, pra quem viveu, como era bom um jogo de futebol onde as traves eram feitas por pares de sandália na rua, meninas brincando de "elástico" (brincadeira que envolvia um pedaço de pelo menos 3 metros de elástico onde as pontas se encontravam, passante pelas pernas de duas meninas, em que uma terceira pulava insistentemente, em que as regras eram mutáveis e somente elas entendiam). Não existe mais aquela fama do garoto (vulgo moleque) que mais vencia os incontáveis duelos entre pipas e papagaios, sim, pois moro em Belém e aqui há diferença entre as duas designações.


Enfim, tantos joguinhos como o "fichacross" ou "tampinhacross", muito bem lembrado por meu amigo @UTIDenis dias atrás, dentre outras centenas onde acontecia uma interação, sadia muitas das vezes, entre as crianças, todo mundo parecia ser mais amigo, por conviver mais tempo. Uma saudosa sociabilidade que havia entre todos. (peraí que escorreu uma lágrima).


Pra falar a verdade até o bullying de antigamente era mais legal que o de hoje, se falar demais as pessoas te recriminam, e chegam a ser capazes do pior ato possível, causador de muita tristeza e indignação social: te excluem do Facebook e te dão "unfollow" no Twitter, e se for algo muito cabeludo, ainda rola um "block" e um "Report as spam" como golpe de misericórdia.

Agora vejam só, como não citar as profissões? Os tempos mudam, entendo, os serviços se especializam e indústralizam de um modo chega a ser irritante, pois coisas simples de anos atrás, hoje em dia são realizadas por uma empresa, e normalmente cobram caro por alguns desses serviços, e tenho a máxima certeza de que todos que conseguiram chegar a esta parte do texto, achando que ele deve melhorar mais a frente, já tem uma lista mental de vários desses profissionais em extição, ou mesmo os já extintos, mas vamos ver se a lista bate:

Sapateiro
Aplicadores de injeção
Vendedores de chop (sacolé em algumas localidades)
A famosa professora particular do 1o grau com um monte de alunos de séries misturadas.
A costureira que fazia aqueles pequenos ajustes de ultima hora. (também fornecedora de elástico para as meninas)
O famoso bike boy da panificadora que saía em sua magrela cargueira, cheia de pães, todos deliciosos. (os pães)


Acredito que alguns destes citados trabalhadores deve estar na sua lista, porém devo deixar bem claro, nem todas as gerações leitoras deste artículo participaram de forma efetiva dessa época, contudo isso não é demérito algum, imaginem que as coisas mais bacanas que todos os mais jovens vivem e viveram, infeliz e fatalmente, os seus decendentes em sua maioria não vão nem sentir o gosto se quer.

Em virtude ao exposto, vamos todos curtir, em conjunto, tudo que nos cerca, esse mundão real que está em nossa frente, na nossa cara, vamos ver nossos amigos, encontrá-los em um bar (local mais fácil de me achar), ou em qualquer lugar que seja e sermos mais felizes, termos mais histórias pra contar, mais situações para sorrirmos, até mesmo para "tirarmos" mais fotos das cenas toscas que sempre surgem em ocasiões como essas e postarmos nas nossas benditas redes sociais e nos divertimos com o neo-bullying da sociedade. Ou não! Continuem sempre fazendo as mesmas coisas que já praticam, e me ajudem a criar mais textos como esse que tem por finalidade lembrar da boa vida que tinhamos e sermos cada vez mais nostágicos.



Quanto as profissões, esse é um caminho sem volta mesmo, sinto muito, é a vida! certas coisas vão mesmo morar apenas nos relatos e lembranças de quem viveu, assim como imaginávamos as coisas que nossos pais e avós nos contavam e/ou contam. A diferença é que eles têm muito ainda a nos contar. E nós? até quando teremos algo a eternizar com os mais novos?

CQD.


Autor: Luiz Alex Fotos: Web