sábado, 22 de junho de 2013

Que gigante mesmo?

Vejam só, após anos de apatia e passividade política da grande massa, agora nos vemos em meio a protestos e claras demonstrações de descontentamento social. Parando pra analisar melhor, quais os verdadeiros motivos disso tudo?

Ainda lembro de 1992, meio que turvamente devido minha jovial idade (síndrome de Peter Pan), de um povo nas ruas brigando por direitos, por voz, por vez. Mobilizações enormes, e pacíficas, declamantes do verdadeiro poder que, SEMPRE, emanou do povo. Contudo, e a diferença para com os protestos espalhados por nosso território atualmente? Podemos dizer que por mais que a finalidade se aproxime, as motivações seriam outras.
Existe todo o lance do descontentamento político, guerra contra a corrupção, mas esse novo prelúdio de revolta popular remete, acredito eu, a uma revolução interna no modo como agimos por todos estes anos. Uma preguiça de opinião apoiada nas muletas ultrapassadas de um impeachment já, esquecido, hoje sem valor e que sinceramente não serviu de exemplo.
Não é pelos R$ 0,20, é o que mais se lê e ouve, mas é pelo o quê  afinal? Corrupção? De quem? Da nossa, que votamos no amigo de um conhecido, ou em um próprio conhecido pessoal, sem uma proposta política sólida, conectada a realidade e preocupada com o crescimento social, e não apenas com o da própria conta bancária? A corrupção da gente que aceita a propina do favor pessoal, do favorecimento ilícito, do jeitinho brasileiro? Se esta corrupção não acabar, nenhuma outra caba. Até porque, políticos corruptos, antes de qualquer coisa, eram do povo. Eles sim nos representam, como vc acha que eles se elegeram?

O verdadeiro protesto tem de vir da gente, dos valores mais nobres que temos, é mudar toda essa sujeira oportunista e egoísta que todos nós temos, parar de ser do “contra o outro”, para ser a favor de um bem maior. É deixar de querer “curar”quem nunca esteve doente e curar quem realmente agoniza tristemente sem necessidade.
A verdadeira revolta não é apenas a das ruas, mas nas urnas também. O mundo só muda se a mente mudar.

Nossa consciência é o verdadeiro gigante adormecido.
Ps: E para os que não se envolvem em política, alegrem-se! Vocês são o maior exemplo de que anencefalia humana não mata.
Autor: Luiz Alex  Fotos:web

sexta-feira, 26 de abril de 2013

A Saga de uma mudança

Quando era adolescente, sendo assim, não muito tempo atrás obviamente, sempre que havia um embate de idéias com meus genitores, a primeira solução vindoura a mente é "não vejo a hora de crescer e ir morar só" por seja quais motivos fossem. E eis que meu momento chegou, o de realizar o sonho de um imaturo moleque, porém algo saiu diferente do planejado. Deu-se início ao maior UFC de todos.


 
E vem o primeiro desafio, sobrepujar os costumes e comodidades de uma vida toda, e escolher ter a responsabilidade de arcar com uma residência sozinho, o que já é bem dificultoso devido ao fato de mal cuidar de meu próprio "tamagochi" na infância (nomeado por mim mesmo de Duncan Mcloud - Highlander para os mais novos). Sendo assim, a primeira porrada é, consigo mesmo.

Quem dera as batalha fosse apenas esta, depois vem os pais, pois sim, aos olhos dos deles, muitas das vezes parece que nunca deixaremos de ser aquele filhinho bobo e ingênuo e acabamos sendo um tanto subjulgados por eles, nada pejorativo, apenas uma das cegueiras que o incondicional amor traz como efeito colateral, mas enfim. Não vou mentir, doeu, no dia de fazer as malas e sair, o dia todo tocava na minha mente a música do seriado Chaves, aquela bem triste, de quando todos vão a acapulco (ou guarujá) e fica apenas o tadinho do chaves na vila (pra mim esta é a música mais triste de todo universo). Saudade passa a ser uma palavra um pouco mais recorrente acreditem, aqueles que ainda não viveram isto talvez vivam.


Ok, mas olha que legal, estou fora de casa, ham ram! Independente, senhor do meu espaço e tempo, ledo engano, aí vem a próxima, montar a casa. Missão terrivelmente trabalhosa, nunca achei que pequenos acabamentos, comprar móveis, utensílios e tudo mais, fosse dar o nó que deu na minha massa cinzenta virginal. Existe todo um cuidado na aquisição de tudo, contudo isso depende muito mais da organização e do bom senso do solitário morador, como sou chato e um tanto metódico, quem se ferrou foi eu mais uma vez. Que trabalho que tive! Todavia, valeu muito a pena.


 
Depois de todas essas missões dadas e cumpridas, só restava ocupar o batalhado recanto e curtir tudo, mais uma vez, nada é tão fácil assim, o dia-a-dia te mostra que as primeiras fases eram apenas um prelúdio do ainda viria, morar só não é fácil, fazer sua própria comida, colocar roupa pra lavar, manter tudo organizado e limpo, receber bem as visitas, não esquecer de pagar as contas. Mas posso dizer com toda certeza, é extremamente gratificante, nos faz sentir mais vivos, autônomos, é como semana passada não saber andar de bicicleta e semana que vem já estar saltando de bike em mega-rampa, faz bem danado ao ego.

Na verdade, e acredito ser esta a maior lição de todas, poder virar para os meus pais e dizer muito obrigado por terem me criado, hoje sei das dificuldades, e entendo ainda mais as que eles tiveram em suas épocas ruins.



Minha saída na verdade, e paradoxalmente, tem me aproximado e me feito ainda mais amigo deles, impulsionando a ajudá-los sempre mais. Estranho, mas o que de fato aconteceu não foi a mudança física, e sim a mudança interna, a ida para uma outra casa me levou ao lar dos corações deles de onde nunca saí, apenas não me tocava que já morava lá.

Autor: Luiz Alex  Fotos: web

quarta-feira, 20 de março de 2013

A Luta

Aprendi com alguém que gosto muito, mesmo sem ser escritor, sempre que as palavras vierem a cabeça devemos escrevê-las antes de se perderem, ou usá-as para compor uma canção. Sendo assim, sigamos.

Quais olhos usamos para observar o mundo a nossa volta? Às vezes bate um desespero, ou uma curiosidade agoniante, enfim, uma série de sentimentos e desejos torturantes e persistentes, martelando logo que abrimos os olhos, tomamos nosso banho matutino, ou durante o café da manhã, e assim no decorrer do dia, sobre assuntos diferentes, e como estes influenciam em nossas vidas.

Nos vemos tal qual um artista olhando pra sua obra inacabada, ou um compositor sem a rima correta para a métrica que ele escolheu. Estamos dia-a-dia perdendo a habilidade de enxegar a metade cheia do copo, e tudo toma uma proporção megalomaníaca em comparação ao que deveria ser feito realmente.

Nos preocupamos em ser a manchete do dia, o destaque do meio, a famosa bolacha do pacote e esquecemos o básico para si próprio, a paz, o bem estar. Uma correria desenfreada de aceitação, muitas das vezes desfarsada em um objetivo que na verdade é a busca da aceitação que falta dentro de casa, da família, amigos, ou do trabalho em que no final se tornou apenas um capricho.

Não preciso mentir.

Talvez esteja escrevendo um pouco de mim também aqui, olhar para o que de verdase nos importa e buscar o resultado causa dúvida, e no meio disso, na vontade de apenas acertar fazemos escolhas artificiais satisfatórias apenas a um determinado nicho social. E acredito ser uma questão de sobrevivência possuir alguma forma de egoísmo, não aquele negativo, nocivo e negro, mas aquele provedor de felicidade de satisfação, nos fazendo sentir vivos, verdadeiramente sobre nossos pés e não os joelhos.

Tal comportamento requer uma luta diária, sim, chegamos ao ponto, somos todos lutadores, lutamos por dias melhores, por felicidade, contudo em momentos, tendemos a ser mal atletas, vendendo nosso resultado por uma meia hora de massagem no ego.

Eu sou um lutador, sim, ja vendi um ou outro resultado também, e não posso garantir vender algum outro no futuro, e quem pode? Mas mesmo sem minhas luvas, deixarei minha marca em uma estrela e espero ter meu nome lembrado, e cada luta terá seu custo, normalmente deixará um olho roxo, porém se sentir vivo é uma forma de cobrir os ferimentos e cicatrizar as derrotas. Esta será a semente que vamos deixar.

O livro de nossas vidas está sendo escrito, vamos lutar, independente do resultado, vencer não importa tanto quando o combate for justo e disputado com o coração.

ps: não veio a canção, mas escrevi aqui as palavras que vieram, e você?

Autor: Luiz Alex Foto: Web

sexta-feira, 1 de março de 2013

Longe

Quantas reflexões temos pra hoje?
Quantas vozes ao pé do ouvido?
Uma tropa de pensamentos se debatem em nossa mente
Como cães sob a chuva buscando abrigo

O dia começa com um sorriso "amarelo rotina"
Com poucas palavras e diversas projeções
Com quase as mesmas frases cujo cérebro já domina
Nos afogando com as costumeiras e burocráticas obrigações

O sol que vi no raiar não pareceu mais tão amistoso
Nem a manhã que ele trouxe era tão calorosa
O cinza tomou conta dos dias ainda vindouros
Fazendo mais importante o amanhã que o agora

Enquanto isso incentivo os ponteiros
A se revesarem na cíclica perseguição
Às ondas deixo um pouco dos meus desejos
E a saudade de tudo que ficou no meu chão

C'est la vie

Autor (PIQP): Luiz Alex